17.11.08

Dormir ou resistir

Dormi é a verdadeira perca de tempo.

A dormir perde-se tempo precioso que poderíamos estar a usar em coisas bem mais agradáveis.
Eu costumo dizer que, se não precisasse de dormir, por esta altura já estava rico… o que não deixa de ser contraditório pois eu simplesmente adoro dormir. Mas não gosto de fazer óó por obrigação como é o caso agora.
Não tenho sono.
Não quero dormir.
Apetece-me ficar acordado até o sol nascer.
Gosto do sol a rasgar o céu escuro com os primeiros raios da manha…Mas é tão bom estar na cama a essa hora, quentinho em paz e descanso…
Bem queria.
Bem me apetecia poder fazer isso nesta manhã que vem aí, mas não posso. Tenho de trabalhar. O que me remete de imediato a pensar que já deveria de estar a dormir, mas agora não me apetece.
Gosto da noite, trabalhar de noite, viver na noite, simplesmente estar acordado à noite… mas e de manhã???
Quem me acorda pela manhã?
O meu despertador já desistiu de tocar para me acordar, não vale a pena, não oiço.
O meu telemóvel fica rouco aleijado e cansado todas as manhãs de tocar ate não poder mais e vibrar ate cair no chão.

Agora vou tentar dormir.
Agora vou conseguir?

15.11.08

Critica as pseudo novelas adolescentes

A SIC montou uma gigantesca campanha de promoção para a sua nova
série/novela/monte de merda, que dá pelo nome de Rebelde Way.
Depois de anos a apanhar bonés, percebeu que a melhor maneira de
combater a morangada da TVI era...imitar. É lógico. Era inevitável.
Depois de 20 minutos a ver a nova série (o que me provocou uma crise
de cólicas da qual só um dia depois começo a recuperar) sinto-me
preparado para uma análise.

Bora lá.

A fórmula é a mesma nos dois canais. Aqui fica a receita:
1 - Pitas boas. Muitas, quanto mais descascadas melhor (as séries de
verão são, naturalmente, as melhores, porque eles vão todos juntos
para a praia).

2 - Gajos 'estilosos'. A coisa divide-se em dois: há aqueles que têm
quase 30 anos mas fazem de adolescentes, e depois há os que são mesmo
adolescentes. Estes últimos são aqueles que se levam a sério enquanto
'actores'. O requisito essencial para qualquer gajo que entre nestas
séries é ter um penteado ridículo.

3 - O Rebelde Way tem gajas do norte. Fazem de gajas daqui, mas aquele
sotaque é fodido de perder. Fica ridículo, mas as gajas são boas.

4 - Nos Morangos, a palavra 'pessoal' é dita 53 vezes por minuto,
normalmente inserida nas frases 'Eh pá, pessoal!', no início de cada
conversa, ou então 'Bora lá, pessoal', antes do início de qualquer
actividade.

Agora vamos à bosta que a SIC acabou de parir, com pompa,
circunstância, varejeiras e mau cheiro.

Chama-se Rebelde Way. Cool, man! O slogan dos Morangos era 'Geração
Rebelde', mas a inspiração deve ter vindo de outro lado, de certeza. O
que me irrita na poia da SIC é que os gajos são todos betinhos (até os
mânfios são todos giros e cool e com uma caracterização ridícula, como
se fossem a um baile de máscaras vestidos de agarrados ou arrumadores
de carros). Mas depois são bué rebeldes. São bué mauzões, man! A
brincar com os seus iPhone, com as suas roupinhas fashion, grandes
vidas, mas muita mauzões.

Se há algo que esta geração de morangada não pode ser, não tem direito
a ser, é ser rebelde. Rebelde porquê, contra quê? Nunca houve
em Portugal geração mais privilegiada do que a actual, à qual esses
putos pertencem. Nunca qualquer puto teve tanta liberdade e tanta
guita no bolso como esta malta. Nunca as pitas foram tão boas e tão
disponíveis para foder com a turma inteira como agora. Nunca houve
tamanha liberdade de mandar os pais à merda e exigir uma melhor mesada
porque é altura dos saldos. Rebelde porquê? Em nome de quê?
É claro que isto são pormenores com as quais as novelas não se
deparam, nem têm de o fazer. O objectivo é simples: para uma geração
tão privilegiada como aquela que é retratada, há que criar uma
rebeldia fictícia, porque não é cool ser dondoca aos 16 anos. Mas é o
que todos eles são.

Há uns tempos vi, no Largo do Carmo, um bando de uns 15 putos e
pitas, vestidos à dread com roupinha acabada de comprar na Pepe Jeans.
Um dos putos que ia à frente, não devia ter mais de 16 anos, vem a
falar à idiota como se fosse dono da rua, saca duma lata de tinta e
escrevinha qualquer coisa de merda na parede. Todos se riram, todos
adoraram, e ele foi, durante cinco minutos, o maior do bairro. Não fiz
nada, mas devia ter-lhe partido a boca toda.

Todas as últimas gerações antes desta (incluindo a minha, a Geração
Rasca, que se transformou na Geração Crise - bem nos foderam com esta
merda) tiveram de furar, de lutar, de fazer algo. Havia uma alienação
mais ou menos real, que depois se podia traduzir nalguma forma de
rebeldia. Não era o 25 de Abril como os nossos pais. A nossa revolução
é a dos recibos verdes e da consolidação orçamental. Mas esta
morangada sente-se, devido à merda que a televisão lhes serve e aos
paizinhos idiotas que (não) a educaram, que é dona do mundo. Quando já
és dono do mundo, vais revoltar-te contra quem? E por que raio
haverias de o fazer?!
E assim vamos nós.

Com novelas de putos 'rebeldes', feitas por 'actores' cujo momento de
glória é entrar numa boys band ou aparecer de cú ao léu na capa da
FHM, ensinando a todos os outros putos que temos que ter cuidado com
as drogas (mas todos os agarrados são limpinhos, assépticos, com os
mesmos penteados ridículos), que a gravidez adolescente é má (mas
todas as pitas querem foder à grande, porque são donas da sua própria vida e
os
pais não sabem nada, etc) e que, sobretudo, este mundo lhes deve
alguma coisa.
Os tomates.
A mim e aos meus, o mundo deve alguma coisa. Aos que foram atrás da
merda do canudo para trabalhar num call center, aos que se matam a
trabalhar e são forçados a ser adultos antes do tempo. Não a esta
cambada de mentecaptos.

E depois estas séries vão retratando 'problemas sociais da juventude',
afagando a consciência de quem 'escreve' aquela merda, enquanto ao
mesmo tempo incentivam esta visão egocêntrica, egoísta e vácua desta
geração acabadinha de sair do forno.
Talvez eu esteja a ficar velho e a soar como o meu pai. Lamento se não é
cool.
Mas esta merda enoja-me.

(recebido por email)

9.11.08

Quero. E quero bem mais. Quero hoje mais que ontem e muito menos que amanha. Quero e sei. Sei que é o que quero e sempre quis.
Afinal, a única coisa que se quer nem sempre é aquilo que se pensava querer. Mas relativamente a isto sei bem o que quero. E quero mais. Bem mais do que tenho agora.
Quero sentir que a minha presença mais alem. Quero sentir…
Quero…
Quero…
Quero mais.
Sempre mais que aquilo que tenho.
Sabes dar-me isso?
Sabes ao menos o que isso é?
Queres saber? Eu mostro-te.
A palavra repetida incessantemente mostra tudo o que é preciso para teres o que queres.
Basta querer!!
Ou então basta esquecer.
Esquecer hoje o manto negro que cobre o pensamento que evita o brilho.
Esquecer por breves momentos que os problemas existem, eles estão lá, não se vão embora, mas no entanto nada se pode fazer já para os resolver.
Basta querer!!
Pára!
Por breves momentos pára e respira.
Não penses, não raciocines, não esbanjes tempo precioso com pensamentos desnecessários.
Basta querer!!

E então…
O que queres?

5.11.08

Passando os olhos pela actualidade...

Embora lá passar os olhos pela actualidade (afinal, é sempre uma forma de actualizar este blog):



Esta noite tivemos a eleição do novo presidente da América. Gostei. Já não era sem tempo haver uma pessoa com umas ideias mais jovens a mandar na maior potencia mundial ao invés de termos dinossauros com ideia retrógradas a gerir um continente como o seu porquinho mealheiro.
Resta saber se este presidente vai durar uns tempos ou se, por outro lado, durará apenas o tempo suficiente para cabecear um projéctil a alta velocidade tal como Kennedy.
Vamos esperar para ver.




Avançando um pouco mais no dia, tivemos a noticia que houve uma nova baixa no preço dos combustíveis em Portugal. ALTAMENTE.
È de facto muito satisfatório saber que pagamos menos hoje mas ainda assim continuamos a pagar mais que os cabr** dos espanhóis por um combustível que é produzido em Portugal.
Nunca consegui entender esta cena… Porque raio pagamos mais que eles por uma coisa que é feita “cá em casa”!

Adiante na coisa…



Pelos vistos “sou o dono de um banco” e não sabia… alias, não um mas vários. A verba disponibiliza pelo governo para “salvar” as filiais bancárias portuguesas (uns míseros milhões de euros) de dinheirinho meu e vosso vai salvar os créditos contraídos por uma cambada de mentecaptos que não sabem gerir dinheiro…ou seja… vocês (bancos) estão a usar o meu dinheiro para manter a minha conta aberta. (será que posso pedir juros pelo empréstimo do MEU dinheiro?)

Ainda dentro desta linha de pensamento, soube-se que o governo português pretende acelerar os pagamentos ás empresas que efectuaram trabalhos para o próprio. A ideia é boa se andar para frente mas, no entanto tenho uma dúvida que passo a explicar:
Se eu não pagar uma divida ao estado até à data limite da factura (ou será fractura?!) sou obrigado por lei a pagar juros sobre esse dinheiro. Se for o caso contrario, posso cobrar juros ao estado? Não irei sofrer “represálias”?

Agora eu.



Apanhei uma daquelas coisas chatas que as pessoas chamam de constipação. Pessoalmente prefiro chamar de Disfunção Termostática pois é isso mesmo que acontece com o meu mal estimado corpo.
Quando toda gente estava na rua a tremer de frio, eu transpirava por todo lado (frio=zero).
Disseram-me para beber um licor quentinho, disseram-me que fazia bem. Eu segui a indicação e bebi…muitos. E fez muito bem. À excepção da sede brutal do dia seguinte, fez muitíssimo bem.

Bem..isto ta a ficar extenso…por agora chega.
Fui!