Mais um dia em vão. Nada mudou.
Ele está um dia mais velho.
3.10€ Mais pobre, respiratoriamente mais afectado por cada cigarro, a sua companhia de cada hora.
Sente algo não desumano, mas não humano ali, estranho ali.
Um algum qualquer coisa de não dali com um dever que não lhe é inerente, servir.
Ali não há um “Bom Dia” dito como vontade.
Ele somente está no sítio certo para eles que entram, sentam-se e acenam-lhe com a cabeça. Ele adivinha o que querem, isto sim, está-lhe inerente.
Pergunta-se, se aqueles movimentos são intencionais ou somente tique nervoso até reparar que todos o fazem no mesmo momento. É o mesmo movimento, a mesma cadencia apontando na mesma direcção.
Aproxima-se com um custoso sorriso que sabe de antemão não ser retribuído senão por alguns mais pequenos dentre os grandes.
O pensamento dele vagueia por todos os pequenos cantos de outro mundo paralelo que não aquele onde se encontra agora e por isso não entende as palavras recebidas pelo sentado taciturno. Sabe que ouviu uma palavra embora não seja a palavra que lhe ensinaram quando era apenas mais um pequeno entre os grandes.
Ele não ouviu “Olá” nem mesmo “Oi”…sabe que não o é por se ter apercebido de um tom de voz imperativo…Pensa se lhe estará a dever algo…!
Sem demoras serve este som imperativo dentro de uma pequena chávena branca que aparenta bons modos sem uma só palavra dizer. E é tão simples.
Segundos passam ate ouvir mais sons provenientes do mesmo sentado.
Coloca em pratica todos os ensinamentos de médium, bruxo, cartomante e por fim entende que lhe falta adivinhar qualquer coisa que o taciturno ainda quer. O taciturno quer mais ate decidir criar um jogo de percussão entre um valor metálico e a madeira mais próxima que lhe entoa aos ouvidos numa escala de Bell exponencial ao esforço necessário.
Agora tudo acaba e ele relaxa sem se lembrar que tudo aquilo é tomado em doses homeopáticas.
Vai começar outra vez?!
Ele precisa de ferias.