5.4.09

Tão diferente que és.
Teus olhos...
... lembram algo que nunca pensei ver dentro de mim.
É como algo de tão diferente que nunca pensei assim.
Os teus cabelos...
... não são iguais aos de ninguém.
É o vento que me diz isso quando se entrelaça neles.
O teu corpo então…
Nem tenho palavras para o descrever.
Cada curva, diferente, cada movimento, presente.
Onde quer que passes ficas na memoria de quem te viu.
És motivo de conversa durante grande parte do resto desse dia.
São estes os motivos que me levam a escrever sobre ti e fazer com que o mundo saiba que tu existes.
Recordo agora, novamente, o que penso sempre que me lembro de ti:
”Teus olhos...
...teu cabelo...
...teu corpo e todo o teu conjunto...
... és feia como o cara***

4.4.09

Tempo (livre) para nada

Ena, que ideia tão fixe. Vou ter de passar isto para papel.
Ainda bem que tenho sempre o meu caderno Âmbar preto sem linhas para poder por isto que é bem capaz de resultar.
Ora bem, papel, caneta, organizar a ideia…(pausa)
Bem, onde é que eu ia? Ah, sim, claro…(pausa)
Voltando de novo ao papel, quero fazer uma coisa deste género, portanto tenho de fazer isto assim e…(pausa)
Acho que o melhor será ligar o portátil aqui em cima para conseguir escrever mais rápido conforme a ideia vai maturando (tenho é de ter cuidado com as mãos molhadas)…(pausa)
Bolas, está quase na hora do almoço e ainda não escrevi nada.
Não tarda nada esqueço-me do que estava a…(pausa)
Agora fumo um cigarrinho para decompor as layers do pensamento.
(fiz mais uma pausa ali atrás e não disse nada)
…(pausa)…
Bolas…
…(DOUBLE-pausa)…
Lá se foi metade da ideia.
Era tão fixe!!!
…(pausa)…
Desligo agora a ideia, já não vale a pena, faço “delete” nas letras do papel e passo corrector no portátil que não cheguei a ligar
…(pausa)…
Desisto. Aqui não se consegue fazer nada, alem de ficar um “after-taste” de que as ideia pioram com este local.

a matter of sides

being the first on the race depends on the way you look at it.

You may be winning, but the second guy owns your ass.

3.4.09

Mais um dia em vão. Nada mudou.
Ele está um dia mais velho.
3.10€ Mais pobre, respiratoriamente mais afectado por cada cigarro, a sua companhia de cada hora.
Sente algo não desumano, mas não humano ali, estranho ali.
Um algum qualquer coisa de não dali com um dever que não lhe é inerente, servir.
Ali não há um “Bom Dia” dito como vontade.
Ele somente está no sítio certo para eles que entram, sentam-se e acenam-lhe com a cabeça. Ele adivinha o que querem, isto sim, está-lhe inerente.
Pergunta-se, se aqueles movimentos são intencionais ou somente tique nervoso até reparar que todos o fazem no mesmo momento. É o mesmo movimento, a mesma cadencia apontando na mesma direcção.
Aproxima-se com um custoso sorriso que sabe de antemão não ser retribuído senão por alguns mais pequenos dentre os grandes.
O pensamento dele vagueia por todos os pequenos cantos de outro mundo paralelo que não aquele onde se encontra agora e por isso não entende as palavras recebidas pelo sentado taciturno. Sabe que ouviu uma palavra embora não seja a palavra que lhe ensinaram quando era apenas mais um pequeno entre os grandes.
Ele não ouviu “Olá” nem mesmo “Oi”…sabe que não o é por se ter apercebido de um tom de voz imperativo…Pensa se lhe estará a dever algo…!
Sem demoras serve este som imperativo dentro de uma pequena chávena branca que aparenta bons modos sem uma só palavra dizer. E é tão simples.
Segundos passam ate ouvir mais sons provenientes do mesmo sentado.
Coloca em pratica todos os ensinamentos de médium, bruxo, cartomante e por fim entende que lhe falta adivinhar qualquer coisa que o taciturno ainda quer. O taciturno quer mais ate decidir criar um jogo de percussão entre um valor metálico e a madeira mais próxima que lhe entoa aos ouvidos numa escala de Bell exponencial ao esforço necessário.
Agora tudo acaba e ele relaxa sem se lembrar que tudo aquilo é tomado em doses homeopáticas.
Vai começar outra vez?!
Ele precisa de ferias.

2.4.09

- Ei, Garras, sabes onde posso arranjar uma câmara para o meu computador?


- Epa, que câmara queres? Uma webcam?

- Opa, quero uma para ligar à Internet.

- Tão mas, isso compra-se em qualquer loja de material informático ou no supermercado. Porque não vais lá procurar uma?

- Não dá pá. Já comprei uma mas aquilo não dá porque diz que é para Xp2 e eu só tenho Xp1.

- Xp o quê? (wtf) Não será Sp1 ou 2?

- Eu consigo instalar aquilo mas depois não dá para ver a pessoa do outro lado.

- Xii, espera, queres ver uma pessoa do outro lado pela Webcam?

- Sim, consigo ver que a pessoa do outro lado tem uma câmara mas do outro lado ela não consegue ver que eu tenho uma!

- Epá, não sei, se calhar é melhor procurares alguém que entenda alguma coisa de computadores porque eu sou um bocado leigo nessa materia...só sei como se liga o botão.

Com esta conversa se chega à brilhante conclusão que:

Em primeiro lugar, a PT faz bastante dinheiro com o serviço de Internet por esta gente estar a pagar 16Mb e só usar a treta do Messenger.

Depois tenho de ser eu a dizer onde sacar musicas, que software instalar, andar eu a configurar portáteis por esta gente aceitar e instalar tudo o que links que aparecem.

Manuais? Hein? Conhecem?

Google? Não?

O Google é amigo!

Damn!

É uma linha

...somente uma linha, pode ser um risco, mas ela está sozinha e isso é um risco.


Estou a vê-la ali sentada…não, antes deitada ao meu lado enquanto passo por ela pensando se será melhor esquecer ou por outro lado aproximar-me.

Sou curioso.

Decido chegar-me um pouco mais perto, atraído pelo brilho branco que a faz ser notada.

É diferente de tudo o que vi.

Opto agora por ver como reage ao ser tocada, testada…provada. Afinal, é uma linha.

Acho interessante.

O sabor não o sei, não sei se tem. O branco não me toca na língua mas no entanto vibra-me o corpo.

Acho interessante este risco branco.

É bom, muito bom o que me faz sentir e isso cria-me agora um crescente peso na consciência por me ter aproximado tanto da linha. Talvez demais. Demais sei que não faz bem, muito pelo contrário, “estraga muita coisa”.

Sinto o quão difícil é sair de la agora por gostar de todos os sons que me faz dançar imóvel, as vibracoes que me percorrem o corpo de cima abaixo e a sensação de vazio que deixa dentro dos meus pensamentos por não conseguir ouvir mais nada.

É demasiado bom…mas ”estraga muita coisa”.

Forço a minha baixa força de vontade agora para me fazer resistir à inércia e assim voltar ao meu caminho anterior.

Sinto que vou ser capaz de mudar o azimute e virar para outro lado.

Assim o faço e tudo volta ao normal…

Virei o volante deste destino.

Retirei as rodas de cima da linha branca da berma da auto-estrada.

Foi muito bom sentir mas tive de sair… “estraga muita coisa”…no carro!